Tu que ocultastes minha lua com magnífico fulgor
.. deixando-a ser acusada de contumácia.
Tu que escapastes dos esplendorosos raios de sol
.. encobrindo-os com leves fios de neblina fria.
Tu que deixastes meus satélites em plena agonia
.. Ocultando lhes a face durante o dia.
Tu, que me embriagastes com ar puro e ventania
.. permitirei que me saboreies com voracidade.
Chuva? Arranca-me os suspiros mais maliciosos
.. e em minha caminhada crie versos molhados
.. passos lentos enquanto os pingos pelo meu corpo, pairam.
À cada manhã que envelhece
.. convido-a para dividir passos.
Deixo a tristeza suplicando perdão
.. avisto a nuvem cinza, ninho da ilusão.
Aponto a imperfeição na curva do vento
.. que despenca do leste da montanha rochosa.
Tu sabes que me tens
.. permita-se pois, atrever-se.
Deixe-me derreter teus prazeres
.. cobrindo-te com um manto ousado.
Venha, cobiçe tais loucuras
.. dissolva amargamente minha timidez.
Chuva, cubra meu corpo e cubra o corpo dela ..
.. farei a proposta .. ela será todo torpor ..
.. lá fora poderia até fazer frio ..
.. mas "aqui" dentro ..
.. aqui não!