Que venha o apreço por experimentar uma solidão mais gentil e mais educada
Já não quero mais essa que se instalou em meu peito e aparece todo fim de tarde.
Que venha encarar-me durante a monótona madrugada pondo-me desprotegida
Diante das tentativas falhas de apequenar essa lembrança triste.
Que venha impia provocar a composição de versos desprovidos de fé
Tornando-me escrava lânguida do ébrio.
Que venha provocar-me alucinações e vertigens em pleno mês de julho
Aduzindo vícios que vorazmente dominam os vazios impetuosos deste juízo.
Que venha no vapor atmosférico a neblina formando gotinhas minúsculas
Que osculam nas folhas do jacinto e do jasmim, entre outras plantas...
Exalando uma essência perfumada que atiça alguns insetos.
Que venha como encanto esse perfume, invadir meus pulmões e sufocar
Minha memória onde guardo as cenas preciosas de quando deitavamos na grama
Para apreciar a lua e conversar bobeira ... Lua, que hoje deprecia minha decadência.
Que venha o derradeiro movimento súbito e me faça sua vítima fatal
Que venha esse aroma e se alastre entre minhas pleuras.
Que venha causando a destruição e a ruína.
Como um veneno interrompendo em proporções lentas
Essa minha vida entusiasmadamente degradante ...
Que venha! Que venha!