domingo, 25 de setembro de 2011

Sem inspiração para título.


Observando essa florzinha .. sinto toda a dor dela.
É triste não ter braços para nadar e sair dessa poça d'água.
Eu arranco-a de lá .. porém: rosa queimado (sem vida).
A chuva ácida derreteu parte dela.
Eu chorei .. porque choro quando a natureza morre.

Em contraponto, veio ...

A chuva, ostentar um final de tarde magnífico.
O céu, tal qual um maestro, ordenava a música da vez
 .. tango, bossa, blues, samba ..

O vento, valente e impetuoso, veio rasgando as árvores.
 Em uma das curvas, topou de frente com a minha feição destemida ..
 Se tão poderoso, teria arrancado essa sensação intraduzível
.. mas não ..  O vento foi covarde .. ou foi eu quem virou a cara!


Desejaria tornar-me inabalável .. intrépida .. imune ..
Como uma erva daninha!
Porém, sou uma desinteressante desvelada carente ..
que se parece mais um graveto!

 Como diria o cabeludo loiro de óculos e metido a intelectual do rock:
".. o nada é uma palavra esperando tradução .."
Extrema verdade ..
 Convertendo tal frase ao meu íntimo: tu não é nada!

Poderia eu, agregar tua essência a uma história
 .. como uma personagem e criando-a como desejaria ter
.. mas tu, em palavras, não se encaixa. 
.. em vírgulas, não se enquadra. 
.. em sonoridade, é vago.

Sempre que tu flutuava em meus pensamentos
.. logo se tornava verso, prosa ou poesia.
.. isso não é amor .. isso não é paixão ..
mas é tu, quem domina minha inspiração!

Tu, que sempre estas a rondar as horas do meu dia.
É em ti que penso quando escrevo sobre filosofia.

- Como será de agora em diante?
.. tão iguais .. tão diferentes ..
.. par .. ímpar ..
- Como será?

Sinto-me emergida .. tal qual a florzinha rosa queimado.