quinta-feira, 22 de julho de 2010

Alvo



Desde quando viver nossa vida é um tipo de ofensa??

Sou feita de momentos e hoje quero sentir coisa diferente! Quero ficar na calada da noite de tocaia e te assustar de repente!

Quero fazer estes poemas.. Estes dos quais não estou acostumada! Não me interessam! Não me prendem!

Me irritei e fiquei estressada de pirraça. Soltei palavrões e me senti aliviada! Tanta gente que não se entende. E coloca a culpa no ombro do outro! Tanta gente dramática com planos no papel e nada de prática!

Gosto de olhos azuis verdes e caramelizados, entretanto, hoje, quero o preto mais perto! Geralmente, escrevo sobre o amor, mas só por hoje estou descrente!!!!

Fácil é dizer quem critica. Díficil é enxergar o próprio critico! Então deixe-me. E não se queixe. Hoje me denomino como "alvo". Então, mande sua flecha.

Se errar, não darei outra chance. Se acertar, faça o que quiser. Pois, hoje, eu não estou no comando!

Culpa do vento





O vento frio invadiu a fresta da porta quebrada
Apagou a vela que iluminava aquele dia nublado.
O cobertor, o cachecol, a luva e o chocolate
Não eram suficientes para aquecer as horas geladas.

Para lhe esperar, esquentei o chá e ascendi a lareira.
Onde as cinzas daquelas cartas ainda, ali, estavam.
Desisti de ver a corrida dos pingos na janela.

E a abri! O vento entrou bruto!
Espalhando aquelas malditas palavras pelo resto da casa.
As lembranças grudaram no meu casaco e penetraram a pele.

Ouvi um estranho barulho, em seguida, me chamaram pelo nome.
Desmaiei. Meu corpo não respondia aos comandos do cérebro.
Horas depois, avistei sua botina molhada se aproximando.
Soltando barro sobre o taco e a neblina estava lá fora.

Dentro da minha alma, silenciosamente me despedi.
E aquele sentimento morreu intacto e transbordando.
Pensamento fixo antes do último suspiro: Foi culpa do vento!