O vento frio invadiu a fresta da porta quebrada
Apagou a vela que iluminava aquele dia nublado.
O cobertor, o cachecol, a luva e o chocolate
Não eram suficientes para aquecer as horas geladas.
Para lhe esperar, esquentei o chá e ascendi a lareira.
Onde as cinzas daquelas cartas ainda, ali, estavam.
Desisti de ver a corrida dos pingos na janela.
E a abri! O vento entrou bruto!
Espalhando aquelas malditas palavras pelo resto da casa.
As lembranças grudaram no meu casaco e penetraram a pele.
Ouvi um estranho barulho, em seguida, me chamaram pelo nome.
Desmaiei. Meu corpo não respondia aos comandos do cérebro.
Horas depois, avistei sua botina molhada se aproximando.
Soltando barro sobre o taco e a neblina estava lá fora.
Dentro da minha alma, silenciosamente me despedi.
E aquele sentimento morreu intacto e transbordando.
Pensamento fixo antes do último suspiro: Foi culpa do vento!
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