sábado, 4 de junho de 2011

Ao naturalismo



Essa aragem que sopra todo fim de tarde em dia quente
Empurra-me para fora de casa e eu puxo um poema.

É uma loucura com sabor de carambola e fruto do framboeseiro
Servida ao cacau puro e vinho branco com queijo fresco.

Apreciando a tarde tímida dando adeus com maestria, escrevo:
- Suspeito que só é livre quem nascer passarinho!

Observo a terra molhada e ando descalça na grama fresca no final do mês de maio.
Agrada-me ver a cana quase madura que atrai um exército de formiguinhas frágeis.

 
O cheiro suave que a orquídea em movimento exala
Hipnotizam-me tanto, que chego à ouvir Ludwig van Beethoven.

Quisera eu guardar todo esse ar puro nos pulmões
 Descobrindo assim, o segredo da imortalidade e da beleza fugaz.

Há anos assisto todo esse espetáculo de cores que o céu promove
... fino e forte ... 
(entre às cinco e seis da tarde).

As folhagens me acarinham com mais destreza que as mãos de um adulto
E a este naturalismo, de probabilidades ambíguas, hei de ser fiel.

Sinto imenso prazer e pleno gozo ver o sol caindo, dando espaço à lua 
 Que vem para abrilhantar meu quarto e me fazer mais corajosa.

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