quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Inferno particular



Essa noite a lua veio assenhorear-se da minha sensibilidade e dilacerou os pedaços dessa ilusão que nitidamente tem assaltado meus sentimentos que flutuam agitados, sinto-os digladiando entre si e gritando em silêncio para minha consciência: pare! pare! pare! Perturbando a minha rotina e  roubando-me até um futuro, com qual sonhei esses dias ..

É um inferno particular que me obriga à escrever ligeiramente comendo as letras do teclado e falando alto a palavra antes de escrevê-la .. Parece que estou brigando com meus pensamentos, como se fosse simples apagar essa estima que eu mesma, involuntariamente criei através de uma cilada .. (antes, inspiração .. agora, eterna etcétera!?)

Nasce aqui uma agonia! Uma enfermidade! Uma angústia! Uma teoria de que sou realmente assassina de amores reais, preferindo sempre o platônico .. É como se eu tivesse escolhido por quem sofrer .. Absurdo isso!
Peguei a gaita empoeirada e inalei o tempo .. corri para fora de casa sem me importar com a obra inacabada e em meio à bagunça, olhei a lua e em tom de ameaça soquei "black desafinado" no vento! Minha vontade era desabafar em palavrões, entretanto, a música pareceu-me mais intelectual.


Cheirei a folha da Jabuticabeira pensando nela .. Que mistério essa garota tem? Que maldita insensatez eu brotei nas ramificações do meu peito? Talvez a maior dose de loucura ou será o "sexo intelectual" que eu tanto procurei .. que eu tanto tentei explicar ao alheio e eles nunca entenderam .. Será que ela entenderia?
.. Palavras desordenadas .. Pensamentos contraditórios .. Saudades simbólicas ..
De repente, minha insanidade colidiu com a realidade e tropeçou numa rua sem asfalto com calçadas quebradas num emaranhado de folhas em vários formatos.

Meu espírito à procura de abrigo, encontrou sossego, calmaria e suavidade regada à paz nos sorrisos que despontam daqueles lábios .. Recriando um novo aspecto à sua forma, daria-lhe o nome: Caos, com sobrenome: Paraíso.

Parei na esquina e tentei conduzir lembranças para outro lugar, distante da minha presença e longe de onde meus pés pudessem alcançar .. falando em pés, andei deixando a marca das minhas pegadas no terreno baldio onde moram algumas garças ousadas que teimam em falar comigo durante as madrugadas.

Mesmo com as luzes apagadas, minha alma ordena para a retina reproduzir sua imagem clara e és tão perfeita, quanto intocável .. quanto indomável .. quanto insatisfeita. Estou furiosa com os fantasmas que me cercam e hoje, dormirei fora de casa!



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