Que venha o apreço por experimentar uma solidão mais gentil e mais educada
Já não quero mais essa que se instalou em meu peito e aparece todo fim de tarde.
Que venha encarar-me durante a monótona madrugada pondo-me desprotegida
Diante das tentativas falhas de apequenar essa lembrança triste.
Que venha impia provocar a composição de versos desprovidos de fé
Tornando-me escrava lânguida do ébrio.
Que venha provocar-me alucinações e vertigens em pleno mês de julho
Aduzindo vícios que vorazmente dominam os vazios impetuosos deste juízo.
Que venha no vapor atmosférico a neblina formando gotinhas minúsculas
Que osculam nas folhas do jacinto e do jasmim, entre outras plantas...
Exalando uma essência perfumada que atiça alguns insetos.
Que venha como encanto esse perfume, invadir meus pulmões e sufocar
Minha memória onde guardo as cenas preciosas de quando deitavamos na grama
Para apreciar a lua e conversar bobeira ... Lua, que hoje deprecia minha decadência.
Que venha o derradeiro movimento súbito e me faça sua vítima fatal
Que venha esse aroma e se alastre entre minhas pleuras.
Que venha causando a destruição e a ruína.
Como um veneno interrompendo em proporções lentas
Essa minha vida entusiasmadamente degradante ...
Que venha! Que venha!
Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia.
ResponderExcluir(Nietzsche)
Engraçado que a solidão é uma "mal-educada": Além de vir sem ser convidada, nunca vem sozinha. Traz a nostalgia e melancolia.
ResponderExcluirGostei daqui, me senti em casa com os temas que escreves e escreve-os bem. Também tenho um blog, talvez você goste de lá também.
A Solidão as vezes é um mal que só tem um único remédio: o "mau" que ocassionou essa mesma solidão!!
ResponderExcluirConcordo. Por mais que tentamos amenizar essa solidão ou ate fugir dela. Nós no mais intimo, sabemos o que unicamente a fará sumir. Mas muitas vezes, essa tal "coisa" é impossível de acontecer novamente. A solidão por tão presente, acaba por ser nossa única e fiel companheira. E eu, confesso, já não me vejo sem ela.
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