terça-feira, 14 de junho de 2011

Subterfúgiar-me-ei



As repetidas vezes que o terror de cometer invasão evidenciar, hei de me esquivar para aquele esconderijo longínquo e secreto com fiapos de esperanças de silenciar tais contingências.

Quisera eu tomar por violência as marcas de expressões tristes em teu rosto e tranca-lás na caixa de pandora lançando-a para o infinito.

Sinto digladiar com minha própria filosofia intensa e desconcertante ao ver-te sensível e com saudade do futuro planejado.

Debilito-me diante das tentativas de arrancar um riso frouxo e uma alegria minúscula, aspirações essas, que devem brotar nas raízes do seu órgão pulsante.

Químicos? façam-me um antídoto contra esse apreço que cresce à medida dos montantes de palavras e das sensações provocadas. Insira neste antídoto algum veneno forte e preciso que combata meu desejo platônico e errante.

O medo desse quadro abstrato ser real, me causa frequentes pejoratividades. Essas eloquências constantes são tentadoras e tem como poder maior tornar estável, porém, luto para que se atênue.  

Desconfio que o perigo habita em seu olhar, sinto que ele possui a chave que pode desencadear tantas outras possibilidades... Poranto, subterfúgiar-me-ei dessa chama eternamente.


sábado, 4 de junho de 2011

Ao naturalismo



Essa aragem que sopra todo fim de tarde em dia quente
Empurra-me para fora de casa e eu puxo um poema.

É uma loucura com sabor de carambola e fruto do framboeseiro
Servida ao cacau puro e vinho branco com queijo fresco.

Apreciando a tarde tímida dando adeus com maestria, escrevo:
- Suspeito que só é livre quem nascer passarinho!

Observo a terra molhada e ando descalça na grama fresca no final do mês de maio.
Agrada-me ver a cana quase madura que atrai um exército de formiguinhas frágeis.

 
O cheiro suave que a orquídea em movimento exala
Hipnotizam-me tanto, que chego à ouvir Ludwig van Beethoven.

Quisera eu guardar todo esse ar puro nos pulmões
 Descobrindo assim, o segredo da imortalidade e da beleza fugaz.

Há anos assisto todo esse espetáculo de cores que o céu promove
... fino e forte ... 
(entre às cinco e seis da tarde).

As folhagens me acarinham com mais destreza que as mãos de um adulto
E a este naturalismo, de probabilidades ambíguas, hei de ser fiel.

Sinto imenso prazer e pleno gozo ver o sol caindo, dando espaço à lua 
 Que vem para abrilhantar meu quarto e me fazer mais corajosa.

domingo, 22 de maio de 2011

Uh huh her - Explode.


Eu quero explodir, assista-me. Eu sou uma garota de sorte, veja-me. Eu gosto de você. Então você não investiria se quisesse seguir? Eu adoro te olhar, amor. Você precisa de mim, então vejamos. O que te preocupa se você quer. Só invista se quiser seguir.

Não vá embora. Não vá embora, amor. Quero te tocar, lentamente. Sou uma garota solitária. Venha. Você quer. Então não investiria se quisesse seguir? Eu adoraria te machucar. Facilmente. Eu tenho você, dentro de mim.

O que te preocupa se você quer. Você deveria investir se quisesse seguir. Não vá embora. Não vá embora, amor.  Por que você não investe se quer? Você tem que investir se quiser um pouco mais.

domingo, 8 de maio de 2011

Transparente


Atirei dez pedrinhas de gelo na cortina de tons variados.
Misturei o beje escuro com o limão estragado.
Pintei um céu cor de rosa no fundo escuro da sua tela mal acabada.
Surgiu um azul com a ponta branca entre os laranjas.

Observei os restos de faíscas foscas da vela queimada.
Cortei as plantas carnívoras do vaso pálido.
A raiz escarrou uma gosma vermelha de cheiro asqueroso.
Cobri de preto o colorido do decote costurado em v roxo.

Passei lápis azul e vesti saia vermelha (quase puta)!
Descobri que o  medo tem cor verde brochante.

Cobri seus cinzas com adornos prata e dourado.
Escondi a mala lilás em baixo da escada.

Começou sem empolgação.. diria cor marrom!
Depois que mudou o ritmo pintei de amarelo.
Mais alguns minutos e fingi orgasmos multicoloridos.
Por fim, voltei à vida transparente.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Poetas!



Poeta é mentiroso. Verdade ou mito?
Deixem o poeta em paz! Grito.
Ele delira versos em pleno cais
Enxerga o sol quente, lilás!

A alma do poeta vem do mundo das idéias
Lá não tem relógio, bicicleta e nem cinema.
Somente água da chuva que empoça na calçada
Para  saborear? Maçã, pêra, pistache e uva!

Poeta não tem asa de anjo e nem aureola
Brinca de dar cores e sabores à sua poesia
Algumas, preto e branco com gosto de limão
Outras, verde em vários tons com gosto de algodão.

Inventa rima brincando de amor
Embriaga-se, não de vermute
E sim, do perfume da mulher
Que nos tonteiam vagarosamente.

Poetas e submarinos são amigos
E se identificam pelos mistérios que o cercam
Poetas observam as nuvens
Mesmo quando elas não estão lá.


terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Nossa loucura

   
Nossa loucura escorrega com facilidade e veste-se com um manto caprichoso, ecoando ser verdade tanto amor. Entretanto, trata-se de um sentimento lacônico. Urgentemente breve e insanamente meticuloso. Preocupamo-nos mais em não deixar esfriar a ficção da literatura que essa loucura exige para que sobreviva, do que um sentimento real, pois será que este existe? Acredito que não.  

    Nossa loucura não recusa prazer. Porém, o prazer, propriamente dito, por culpa da ambivalência nunca vivemos! E francamente, por saber a diferença entre sexo e amor, fazer sexo contigo não me interessa. Com você na minha cama eu quero fazer amor. Aquele amor que ultrapassa os limites do extravagante e uni-se com o climax do prazer absoluto e que, depois, ao trocarmos olhares com o espelho, rimos um riso timido para nós mesmos e quase não acreditamos no que acabara de acontecer.

    Nossa loucura é como a frase do Cazuza, "a gente inventa" e digo mais, reciclamos também, pois sinceramente ele já foi tantas coisas que nem me lembro mais! Já foi amor amigo. Amor amante. Amor eterno. Amor ardente. Amor traído, menos amor recíproco. Será que um dia viveremos, e se, será que conseguiremos ser melhores do que somos?

    Nossa loucura é inexplicável. Não é fácil de se entender, ela é o reflexo de nossas personalidades, tão irreverentes, quanto irregulares! Há tempos gosto do seu rock n' rool com certa relutância. E há tempos o que era pra ter acabado, vem lentamente evoluindo e é disso que  fujo todas as noites.

    Criei uma tradução bobinha referente à "nossa loucura"... Espero que ela seja como uma rosa, nem vermelha e nem amarela. Uma rosa branca! É pálida, porém, neutra. Linda, mas não perfeita, pois um simples vento, destrói todas as pétalas. E sobretudo, exigente! Tanta beleza, tem de haver minusciosos cuidados.

    Quero que sejamos como uma rosa branca, cercada de espinhos que nos fincam, mas que suportamos!  Que sente sede e quase morre se é esquecida, mas que se renova à cada gota de água. À cada manhã suave. E que exala um perfume durante à noite, atraindo seus admiradores.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Meu ninho


É o teu sexo que eu adoro e que eu provo todas as noites.
 É aquele cheiro umidecido que inspira minhas vontades.
São as roupas espalhadas pelos cômodos da casa que me excita.
À procura de posse urgente, me entrego à você que me cobre.
Que me sufoca, me aperta, me caça e me provoca febre.

Sua mão me incendeia e tua língua apaga o fogo.
É o jeito que você me pega e as indecências que você diz
Que me deixa maluca e com vontade de sempre mais.

Sinto que te quero, em verdade, preciso, anseio e espero.
Outrora, é teu corpo que clama por ser devorado. E eu como!
Faço de ti uma presa  frágil caindo em minhas garras.

Flutuamos em delírios nas ondas do prazer que nos morde...
Faço do meio de tuas pernas meu ninho, meu abrigo,minha caverna.
Onde atingimos loucamente o mais pleno orgasmo!

Vem? Sente! Toca! Toma!