terça-feira, 5 de julho de 2011

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Tridimensionalmente a fumaça se espalha exalando um aroma de romã e pitanga suave. A ducha quente aquece os poros e deixa o espelho embaçado. O reflexo revela um rosto moderado pelas marcas do passado.

Uma brisa inofensiva voa silenciosamente sobre a imagem ofuscada e o
vento crava um emaranhado de "se".

- E se eu tivesse ido lá?
- E se eu dissesse sim?
- E se eu prevesse o que estava porvir, teria sido diferente?
"... E se? E se? ..."

Três pedidos primorosos e inalcançáveis:
- Hospedar aquele dossiê amoroso.
- Interferir na cilada amaldiçoada.
- Reinventar uma vida.

Sofrimento infindável ... causou-me lesões inflexíveis.
Razão diz: superar a perda e vencer os dias.
Experiência diz: realidade inaceitável.

Esse fim nunca fez parte de nossos planos.
Por esse motivo, desconheço qualquer truque para me refazer sem você.
Tenho tantas confidências à fazer... tantas... tantas...
E permaneço sem ação e em sigilo isolado.

 

Como manter a sanidade estável se você era minha religião?
(é como um segredo que cospe culpa em minha mente e escarra ácido no coração)
Desconfio que encontrar a resposta seria como "por sorte" desvendar
a sequência perfeita de giros para abrir o cofre.

Como manter a sanidade estável se você era minha religião?








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(após seis anos).




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