Tridimensionalmente a fumaça se espalha exalando um aroma de romã e pitanga suave. A ducha quente aquece os poros e deixa o espelho embaçado. O reflexo revela um rosto moderado pelas marcas do passado.
Uma brisa inofensiva voa silenciosamente sobre a imagem ofuscada e o
vento crava um emaranhado de "se".
- E se eu tivesse ido lá?
- E se eu dissesse sim?
- E se eu prevesse o que estava porvir, teria sido diferente?
"... E se? E se? ..."
Três pedidos primorosos e inalcançáveis:
- Hospedar aquele dossiê amoroso.
- Interferir na cilada amaldiçoada.
- Reinventar uma vida.
Sofrimento infindável ... causou-me lesões inflexíveis.
Razão diz: superar a perda e vencer os dias.
Experiência diz: realidade inaceitável.
Esse fim nunca fez parte de nossos planos.
Por esse motivo, desconheço qualquer truque para me refazer sem você.
Tenho tantas confidências à fazer... tantas... tantas...
E permaneço sem ação e em sigilo isolado.
Como manter a sanidade estável se você era minha religião?
(é como um segredo que cospe culpa em minha mente e escarra ácido no coração)
Desconfio que encontrar a resposta seria como "por sorte" desvendar
a sequência perfeita de giros para abrir o cofre.
Como manter a sanidade estável se você era minha religião?
___________________________________________
Como manter a sanidade estável se você era minha religião?
___________________________________________
(após seis anos).
Nenhum comentário:
Postar um comentário