quarta-feira, 28 de julho de 2010

De repente


 

No bambu corações traçados.
Nomes dificéis de identificar.
À beira do lago pedrinhas brilhantes.
Ventos testemunharam juras de amor.
Rostos no reflexo do riacho.
Gravaram um instante apaixonado.
A tardezinha chegou mansa e trouxe o frio levinho.
O braço manhoso abraçou-me.
E de repente, vi as horas se transformar em lembranças.
E de repente, o clarão do sol deu espaço ao mistério da lua.
E de repente, em mim, tudo transbordou.
E de repente fui domada pelo amor que me tocou.
Acordei com o suave barulho daquela  folha caindo em meio as outras.
Daquela folhinha marron desbotada em formato de coração.
E dediquei aquela magnífica obra de arte da natureza.
Para ti, que és meu eterno amor e serena divindade.

Quando estiver


Quando estiver lendo esse poema, estarei longe desse ar seco, dessa terra íngreme e do seu olhar fraco, querendo abrigo.

Estarei lidando com a falta que você fará e tomarei cálices de vinhos ao som de música tocada no violino. Imagens invadirá minha paz e me remeterá àquele amargo dia.
Na mochila, além de roupas molhadas e sapatos sujos, terá uma foto sua.. Talvez se pergunte: Onde esta meu amor? 
 Quando estiver lendo esse poema, sentirás meu pesar sobre todos os seus erros e verás que mesmo camuflada, a verdade existe dentro de ti e que, sua omissão foi pior que a própria mentira.
Quando suas lágrimas estiverem caindo sobre esse papel velho e queimado, estarei longe e me livrando das suas últimas frases ditas antes de partir.


segunda-feira, 26 de julho de 2010

Poeminha besta



Admirou a geogarfia de cada folha caída morta na calçada e com o cabelo solto ao vento, seguiu desprevenida. Cantarolava com assovios uma musiquinha qualquer apaixonada. Encontrou belas rosas no caminho e guardou uma no bolso.

Roupas coloridas e esmalte vermelho não fazem parte do seu estilo. Ela prefere um preto básico que orne com seu óculos culto. Ela flui com as cores do arco íris e ama algodão doce violeta.

Adora pintar na parede do seu quarto e gosta da madrugada. Coleciona pedrinhas e palavras. Coleciona beijos e apaixonadas.

Brinca de beijar o céu e abraçar a lua e detesta tempestade.
Vive de paixões curtas, teatro, livros e lugares vazios.

Vive de melhores filmes em cartaz e não respira sem amizade. Desabafa surtos, pensamentos e sentimentos em um blog de fundo preto.

Desabafa dores no braço do violão, mas isso ninguém sabe.

Um antigo amor vive no seu futuro sem corpo presente. Esse amor é amigo. Intenso. Estranho. Preciso. Medroso. Queremos beijos e afagos. Queremos dividir o sofá apertado. Queremos quereres sem fim e "eu te amo" no plural.







quinta-feira, 22 de julho de 2010

Alvo



Desde quando viver nossa vida é um tipo de ofensa??

Sou feita de momentos e hoje quero sentir coisa diferente! Quero ficar na calada da noite de tocaia e te assustar de repente!

Quero fazer estes poemas.. Estes dos quais não estou acostumada! Não me interessam! Não me prendem!

Me irritei e fiquei estressada de pirraça. Soltei palavrões e me senti aliviada! Tanta gente que não se entende. E coloca a culpa no ombro do outro! Tanta gente dramática com planos no papel e nada de prática!

Gosto de olhos azuis verdes e caramelizados, entretanto, hoje, quero o preto mais perto! Geralmente, escrevo sobre o amor, mas só por hoje estou descrente!!!!

Fácil é dizer quem critica. Díficil é enxergar o próprio critico! Então deixe-me. E não se queixe. Hoje me denomino como "alvo". Então, mande sua flecha.

Se errar, não darei outra chance. Se acertar, faça o que quiser. Pois, hoje, eu não estou no comando!

Culpa do vento





O vento frio invadiu a fresta da porta quebrada
Apagou a vela que iluminava aquele dia nublado.
O cobertor, o cachecol, a luva e o chocolate
Não eram suficientes para aquecer as horas geladas.

Para lhe esperar, esquentei o chá e ascendi a lareira.
Onde as cinzas daquelas cartas ainda, ali, estavam.
Desisti de ver a corrida dos pingos na janela.

E a abri! O vento entrou bruto!
Espalhando aquelas malditas palavras pelo resto da casa.
As lembranças grudaram no meu casaco e penetraram a pele.

Ouvi um estranho barulho, em seguida, me chamaram pelo nome.
Desmaiei. Meu corpo não respondia aos comandos do cérebro.
Horas depois, avistei sua botina molhada se aproximando.
Soltando barro sobre o taco e a neblina estava lá fora.

Dentro da minha alma, silenciosamente me despedi.
E aquele sentimento morreu intacto e transbordando.
Pensamento fixo antes do último suspiro: Foi culpa do vento!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Vida e morte


Bateu na porta e se apresentou : Vida.
Puxou uma cadeira , sentou-se e disse : Travessão !
A morte ficou inerte enquanto a vida fazia seu discurso breve:
- Felicidade! Fôlego , ar! Esperança, alegria! Vim apanhar-te!
A morte permaneceu calada sem esboçar afeição alguma.
A vida exclamou com profundo sentimento e empolgação :
- Morte? Soprarei vida aos seus negros pulmões e voltarás à respirar.
Levante-se e venha comigo fazer outros pulmões acordar? Viva!
A morte, sem equilibrio e sem fixação no olhar, respondeu friamente :
- A vida é uma comédia. Eu sou drama trágico.
Viver é o que me assusta. Morrer é apenas uma passagem.
A vida se despediu e foi embora  A morte ficou ali esperando dar sua hora.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

A "Catiane" que poucos conhecem

     Àquela que é controversa à si mesma e um tanto quanto contundente. Àquela que dá um imenso trabalho quando bebe destilados! Que conta até dez para não precipitar uma falha. Que tem a melhor mãe do mundo e que morreria pela sua ideologia. Que se cobra demais e é extremamente perfeccionista (futuras probabilidades de bipolaridade)! Que não vive sem gaita, bateria e poema. Que transforma bilhões de números ímpares e adoráveis pares .. em outras palavras: mania de uma mente à beira do caos!


    Que gosta de escrever durante a madrugada, que lê concentradamente, que adora criar polêmica em uma simples conversa sobre filosofia ou átomos! Àquela que já bebeu refrigerante na latinha de cerveja junto com a criançada, mas adora capuccino quente!  Que odeia matemática, mas aprendeu a tabuada e prefere Química! Aquela que espera por um amor que também esta à esperando e à este, "talvez" se dedicara até o fim da vida (e que este seja um amor maluco, incompreendido, que venha de outro lugar e floresça sementes).


    Àquela que nunca se vingou por ser traída. Que tenta superar a dor mesmo ferida. Que já explodiu alguns corações e que agora, esta com o coração partido (pobre de mim, óh)! . Que já mentiu, enganou, fumou, disfarçou, implorou e gritou. Que já falou brincando verdades seríssimas. Que tem uma personalidade forte, que emburra e vira a cara e ainda mostra o dedo (porque mostrar o dedo ainda é melhor do que mandar tomar no cú .. se bem que ás vezes um palavrão bem colocado, alivia tensões)! Que já cometeu erros imperdoáveis e se arrependeu poucas vezes!


     Que tem medo de se entregar novamente, que não faz sexo por fazer (promiscuidade não é meu forte, mas bem que eu queria)! Não joga palavras ao vento, prefere criar algum poema feio e que nunca aprende a freiar sentimentos e vive intensamente! Que se tranca no quarto e dorme com medo por estar sozinha. Que adora basquete, patins, xadrez e crianças (inclusive, quero ter um filho, mas quero que minha amada fique grávida, pois eu não tenho a mínima vontade e eu sei que ela estaria linda). Àquela que sabe da verdade, mas fica quieta, porém, é sempre justa. Que odeia julgamento sem conhecimento!


     Que é apaixonada pelas suas paixões, que ama a vida, adora à natureza e cultua a liberdade. Que é fiel, que tem principios, mas que erra sempre! Àquela que tem passatempos interessantes! Esta sempre à procura de evolução espiritual mas se diz cética (e acreditam), mas as vezes se sente feito criança (boba, ingênua e tola). Eu sei dos meus limites e defesas, me amo com todos os defeitos e qualidades. Entretanto, existe uma Catiane que eu não conheço e me revira dos pés à cabeça e costuma também confundir os outros!


   Tomem cuidado ao me ferir, sou de uma profunda sensibilidade, até causa tédio!  Cuidado ao pedir-me conselhos, pois sempre sou à favor do amor, independente de suas consequências, portanto: Ame sempre! "Algumas pessoas têem o coração de ferro, bom proveito. O meu fizeram-no de carne, e sangra todo dia"! Essa é a "Catiane", que, escreveu esse texto querendo na verdade, dizer tantas outras coisas que você nem imagina.